A Fraternidade, sob o aspecto
teórico, é um conceito de filosofia profundamente ligado às ideias de Liberdade
e Igualdade. Com esses três elementos formam-se o tripé que caracteriza um dos
mais importantes conceitos em que se baseia a Maçonaria. A ideia de
Fraternidade mostra que o homem, na vida em sociedade, estabelece, com seus
semelhantes, uma relação de igualdade, pois, em essência, não há nada que
hierarquicamente os diferencie. São como irmãos, ou seja, fraternos. Esse
conceito é a peça-chave para o pleno estabelecimento da cidadania entre os
homens, pois, por princípio, todos os homens são iguais. Um fato importante a realçar
é que Fraternidade, por muitas vezes, é confundida com caridade, embora elas
tenham significados radicalmente diferentes. Enquanto a Fraternidade expressa à
dignidade de todos os homens, considerados iguais e asseguram-lhes plenos
direitos (sociais, políticos e individuais), a ideia de caridade nos mostra
exatamente o oposto, a desigualdade entre os homens, na medida em que faz crer
que alguns deles possuem mais direitos e são superiores e, portanto são
generosos quando os compartilham com os demais. A Fraternidade, certamente, não
é independente da Liberdade e da Igualdade, pois, para que cada uma delas
efetivamente se manifeste, é preciso que as demais também estejam presentes.
Elas agem como componentes de uma equação, em que a presença dos três elementos
é necessária e obrigatória para que o resultado esperado seja obtido. Tal
resultado nada mais é do que a humanidade viver e contemplar a virtude de se
ter uma vida em perfeita harmonia e paz. Diante desses conceitos, pergunto:
quais as consequências de uma sociedade sem a Fraternidade? As respostas são
claras: as drogas, a violência, a impunidade, a ganância, o poder, a fome, a
falta da educação e do conhecimento, em suma o mal. Com a falta da Fraternidade
temos, consequentemente, a falta da Igualdade e da Liberdade. Assim, a equação
não se resolve e a humanidade permanecerá à mercê do caos. Para deter o caos,
necessariamente precisamos de uma Força que seja capaz de neutralizar todos os
efeitos daninhos do mal. E que força é essa? Outra vez a resposta é clara: a
inteligência, o amor, a vontade de fazer o bem, não como caridade, mas como
elemento componente daquela equação, como alavanca que leva a instrução e o
saber ao homem, que leva o aprendizado e a capacidade de auto sustentação e da
erradicação das doenças e da fome a todos os povos. Aí entra a Maçonaria com
toda sua universalidade, com sua enorme força, com seus homens imbuídos da
vontade de fazer e de edificar. A presença de nossa Ordem deve ser constante,
em todos os cantos de nossa sociedade. Ela deve atuar conforme seus próprios
princípios, de forma ativa e vibrante. Em certo momento do nosso caminho,
encontramos a pergunta: Para que nos reunimos aqui? E a resposta vem: Para
combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar
a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade,
levantando-se Templos à Virtude e cavando-se masmorras ao vício. É com a
simples, porém rigorosa, execução do que diz essa resposta e com tudo mais que
ouvimos e dissemos no dia de nossas iniciações, que a Maçonaria pode, e com
certeza vai, desenvolver a Fraternidade na sociedade.
Enviado pelo Ir.’. Nilton Gomes
Valente • M.’.M.’. • CIM Nº: 241.745
ARLS GENESIS • N0 2843
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